domingo, 16 de julho de 2017

DOENÇAS, NOTAS RÁPIDAS: DENGUE


A seguinte postagem contém algumas informações úteis sobre o vírus da dengue, uma abordagem bem simples, mas que pode ser útil aos que vierem a necessitar de uma introdução ao assunto.


DEFINIÇÃO.

A dengue é uma doença infecciosa muito comum em regiões de clima tropical, causada basicamente por 4 tipos de vírus que são transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti, o principal vetor do vírus nas regiões tropicais.

A dengue é uma doença muito conhecida por ter sintomas parecidos com viroses ou gripes, sendo que seus primeiros sintomas acontecem em um período que varia de 5 à 12 dias. A dengue mais grave é a do tipo 3, conhecida também como dengue hemorrágica.


AGENTE ETIOLÓGICO

O agente etiológico da dengue é um vírus proveniente da família Flaviridade, o arbovírus. As partículas virais são esféricas e constituem um envelope lipoprotéico, um nucleocapsídeo contendo uma protéina central e uma fita simples de RNA. A replicação viral é intracelular e intracitoplamástica.

MODO DE TRANSMISSÃO

A Dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A transmissão no mosquito só se dá quando o mesmo pica uma pessoa já infectada. O vírus tem um período de incubação de 8 a 12 dias, e após este período, ele já esta apto para a transmissão.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

O período de incubação (da picada ao aparecimento dos sintomas) geralmente dura de 2 a 7 dias, mas pode chegar a 15 dias. A intensidade dos sintomas geralmente é mais leve nas crianças do que nos adultos. A doença é de instalação abrupta, indistinguível dos quadros gripais: febre intermitente de intensidade variável ( que pode chegar a 39ºC e provocar calafrios), cefaléia, dores na região atrás dos olhos, nas costas, pernas e articulações.

Muitos pacientes se queixam de dor ao movimentar os olhos, cansaço extremo e fraqueza muscular generalizada. Insônia, náuseas, perda de apetite, perversão do paladar e da sensibilidade da pele são frequentes. Faringite e inflamação da mucosa nasal ocorrem em 25% dos casos.

SINAIS E SINTOMAS

Eritema (vermelhidão na pele) pode surgir no primeiro ou segundo dia: a vermelhidão se instala no tronco e se espalha para os membros, poupando palmas das mãos e planta dos pés. Bradicardia (diminuição da frequência dos batimentos do coração) é encontrada em 30% a 90% dos casos.

Dois ou três dias depois de surgirem, os sintomas regridem e a febre cai. Outros dois ou três dias se passam e a sintomatologia retorna, geralmente menos intensa. O eritema fica mais nítido e surgem ínguas no pescoço, fossa supraclavicular e regiões inguinais.

Em poucos dias, o eritema regride novamente e a pele chega a descamar. A apresentação bifásica pode não ser nítida, nem é obrigatória. As duas fases juntas duram de 5 a 7 dias, tipicamente, mas a doença pode deixar um rastro de fadiga e depressão que permanece por diversas semanas.

Na forma hemorrágica, os sintomas são semelhantes, mas a doença é muito mais grave, por causa das alterações da coagulação sanguínea. Pequenos vasos podem sangrar na pele e nos orgãos internos, surgindo hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Como o leito dos capilares se dilata, a pressão arterial pode baixar, dando origem à tontura, queda, choque e, em raríssimos casos, à morte.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos 3 a 5 dias iniciais da doença (fase de viremia) ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus.

PREVENÇÃO

A melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d'água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

TRATAMENTO

O tratamento é apenas sintomático. Tomar muito líquido, para evitar desidratação, e utilizar antipiréticos e analgésicos, para aliviar os sintomas, são as medidas de rotina. Por interferir com a coagulação, medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Buferin, Melhoral, Doril, etc.) estão formalmente contra indicados. Medicamentos à base de dipirona constituem boa opção para baixar a temperatura.

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